A técnica em enfermagem Flávia Pereira, 29 anos, mora em Cabo Frio, no Rio de Janeiro. Ontem, estava realizando o sonho de conhecer o Recife que, até então, só tinha visto em fotos e na televisão e ouvido histórias do marido Luís Gonzaga, 36, militar cearense que já morou na capital pernambucana. Sobre a Ponte Maurício de Nassau, no Centro, ela caprichava na pose para a fotografia. Mas a lembrança que a turista levará da viagem não é exatamente a esperada. Um dos principais cartões-postais da cidade, o conjunto de pontes do Centro do Recife, sofre com o vandalismo e com a falta de manutenção e apresenta sinais de degradação. Pinturas desbotadas e descascadas, guarda-corpos quebrados e luminárias danificadas são apenas alguns dos problemas. “A foto poderia ter ficado mais bonita se as pontes fossem bem cuidadas”, lamentou a turista.
Na Ponte Maurício de Nassau, várias peças de cobogós do guarda-corpo estão quebradas. A sujeira se acumula por cima da pintura, que está desgastada. As muretas também deixam a desejar no quesito segurança. Em diversos trechos, o reboco se desprendeu, deixando as ferragens à mostra. Os mesmos problemas acontecem na Buarque de Macedo, principal acesso entre o Palácio do Campo das Princesas e a Prefeitura do Recife. Na 6 de março, a antiga Ponte Velha, a ferrugem toma conta dos postes e das muretas de proteção e há luminárias quebradas. Na Duarte Coelho, o capim está quase ultrapassando a mureta de proteção.
Apesar de ser o cartão-postal da cidade, o conjunto de pontes do Centro do Recife não é tombado pelo Iphan. A conservação e a manutenção desses equipamentos são de responsabilidade da Prefeitura do Recife. O assessor executivo da Secretaria de Serviços Públicos Luís Siqueira informou que os trabalhos de reparos dos guarda-corpos, troca de lâmpadas e capinação são feitos periodicamente. Questionado sobre o capim na Duarte Coelho, prometeu enviar uma equipe ao local para fazer a capinação ainda nesta semana.
O assessor executivo atribuiu ao vandalismo e ao inverno o atual estado das pontes, que estão com a pintura desgastada e pichadas em vários pontos. “A gente está sempre cuidando. O que acontece é que somos alvos de atos de vandalismo. Roubam os fios, quebram as luminárias, picham os muros. Quando uma luminária quebra, nem sempre é fácil conseguir a reposição, já que as peças são raras”, argumentou.
De acordo com Siqueira, a prefeitura gastou R$ 1 milhão com a repintura das pontes da cidade em 2009. Apesar de já estar desgastada, uma nova pintura só deverá ser feita em 2012. Enquanto isso, serão tomadas medidas paliativas, como a raspagem das pichações e de materiais afixados irregularmente nas pontes. “Faremos uma inspeção com os engenheiros para verificar onde é necessária uma intervenção mais profunda. A tendência é, daqui para o fim deste ano, melhorarmos as pontes. Apenas a pintura ficará para depois”.
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