Em depoimento ao Ministério Público Federal, o analista técnico do Ministério das Cidades Higor Guerra confirmou que foi pressionado a adulterar seu parecer em um projeto de transporte, do Ministério das Cidades, para a Copa de 2014.
Guerra atribui a pressão à gerente de projetos do ministério, Cristina Soja, e à diretora de Mobilidade Urbana, Luiza Vianna. O documento afirma, no entanto, que ele "não sabe dizer sobre de quem partiu a ordem para o procedimento adotado por Luiza e Cristina, de adulteração dos autos do processo".
Em conversa com a Folha, Guerra não quis responder se em algum momento ouviu falar que a ordem teria partido do ministro Mário Negromonte (Cidades). "Tudo o que tenho a esclarecer está no depoimento. Não quero mais exposição. Não tenho o menor envolvimento partidário, sou técnico, pai de família, só quero sossego".
Reportagem publicada pelo jornal "Estado de S. Paulo" revelou que a pasta adulterou parecer de um técnico, permitindo a implantação de um VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos) em vez de uma linha rápida de ônibus na cidade de Cuiabá (MT). A mudança elevou em R$ 700 milhões o valor das obras.
Segundo o relato de Guerra, a movimentação teria começado após o governo federal ter tomado a decisão política de alterar o projeto.
A movimentação se intensificou, de acordo com o técnico, depois de o Ministério Público de Mato Grosso solicitar informações ao Ministério das Cidades.
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