Nas grandes cidades brasileiras, o motorista pisa no freio diante da possibilidade de ser multado por um radar eletrônico. Para evitar prejuízos, alguns memorizam a localização das engenhocas e outros, mais equipados, usam computadores de bordo que apitam quando o carro se aproxima do medidor de velocidade. Nas estradas federais a situação é diferente. Há tão poucos instrumentos de fiscalização que os motoristas se sentem à vontade para acelerar, circunstância que contribui para o aumento do número de mortos e feridos em acidentes de trânsito. No ano passado, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) resolveu mudar essa situação e dotar as estradas federais de milhares de lombadas eletrônicas, radares fixos e máquinas que identificam quando os carros avançam o sinal. A licitação gigantesca atingiu o valor de R$ 1,4 bilhão e foi dividida em 12 lotes. O desempenho da empresa goiana Data Traffic, líder do consórcio Maxivias, surpreendeu o setor. Nas disputas pelos contratos, o consórcio abocanhou quatro lotes e garantiu cerca de R$ 190 milhões em contratos. Até então, ele conseguira, em sete anos, pouco mais de R$ 30 milhões em recursos do Dnit.
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No rol de sócios da empresa há especialistas em disputas judiciais. O mais famoso é o advogado e empresário Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. Fazem parte de sua clientela o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o senador Romero Jucá (PMDB-RR), o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o dono do Pão de Açúcar, Abílio Diniz. Kakay, também dono de um dos restaurantes mais frequentados pelos políticos em Brasília, detém 7,5% do capital da Data Traffic, parcela estimada em R$ 2,5 mi-lhões. Apesar do aporte considerável de recursos, Kakay afirma não conhecer a rotina da empresa, não ter ideia dos contratos fir-mados pela Data Traffic nem conhecer a sede da empresa, localizada na cidade de Aparecida de Goiâ nia. “Enxerguei uma boa o-portunidade de investimento. Voltei a ser acionista da empresa em setembro de 2010 e recebi, desde então, dividendos de R$ 7.410”, afirma. Irmão de Kakay e suplente do senador Gim Argello (PTB-DF), Marcos de Almeida Castro (PMDB-DF) tem outros 7,5% de participação na Data Traffic. Com os novos contratos, os dividendos dos irmãos Almeida Castro estão prestes a multipli-car.
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