sábado, 29 de outubro de 2011

Enem foi sabotado pelo próprio sistema -

A responsabilidade pelo pré-teste, de acordo com o MEC, é dos fiscais contratados pelo consório Cespe/Cesgranrio, o mesmo que aplica o Enem em todo o Brasil. Procurado pelo Diario, o MEC ainda não avaliou quais sanções serão aplicadas aos fiscais que estavam em Fortaleza (CE). O órgão informou apenas que vai redobrar a segurança do pré-teste nas próximas edições. E que o monitoramento aos fiscais será intensificado. A instalação de câmeras de vídeo nas salas estão descartadas. Pelo menos neste primeiro momento.

Na última terça-feira, estudantes cearenses publicaram nas redes sociais Twitter e Facebook 10 questões (nove iguais e uma semelhante) de apostilas do Christus idênticas as do Enem, aplicado no último fim de semana. Os enunciados eram de matemática, ciências da natureza (química, física e biologia) e português. O problema é que o material foi entregue a alunos do 3º ano e dos cursinhos duas semanas antes do exame.

Os professores teriam dito aos alunos que não repassassem o material à concorrência. O vazamento deve ter acontecido durante a aplicação do pré-teste. Fontes extraoficiais dizem que funcionários da escola teriam fotografado e filmado a prova com celulares. A Polícia Federal (PF) no Ceará está investigando o caso. Como as notas do Enem levam em conta a teoria de resposta ao item (TRI), onde as questões mais fáceis têm pesos menores que as mais difíceis, é preciso fazer uma avaliação prévia de questões para classificá-las quanto ao grau de dificuldade. Essa “calibragem” é realizada em escolas sorteadas do país inteiro.

E o Colégio Christus foi um dos escolhidos em 2010, ano em que a prova de calibragem foi aplicada a 25 mil alunos. Um novo sorteio aconteceu para selecionar quais turmas responderiam às questões do banco de itens. Em outubro do ano passado, cerca de 80 alunos do Christus participaram dos testes. É praxe os fiscais chegarem sem aviso. Depois de respondidos e tabulados no sistema do MEC, os cadernos de prova devem ser incinerados para assegurar que não serão reaproveitados. Foi o que aconteceu com as provas do Colégio Christus.

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