Desde que a procissão indecorosa começou, os pecadores pendurados nos andores não se limitam a jurar inocência amparados em álibis mais fantasiosos que discurso de Dilma Rousseff: para confundir a plateia, também culpam meio mundo. Algum assessor trapalhão, a mídia golpista, a oposição demotucana, a elite reacionária, o fogo amigo, adversários rancorosos, inimigos do povo em geral e, em particular, loiros de olhos azuis ─ a lista dos culpados cresceu tão espetacularmente que, até o fim de semana, só faltavam a CIA e FHC. Depois da entrevista de Fernando Pimentel publicada pela Folha neste sábado, falta apenas a sigla americana. Fernando Henrique Cardoso entrou na relação dos acusados no meio da amistosa conversa entre o jornalista Fernando Rodrigues e o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Para provar que o que andou fazendo em 2009 e 2010 é a mesma coisa que o ex-presidente faz, Pimentel revelou que ouviu há dias do amigo e cliente Robson Andrade, que contratou seus serviços de “consultor” quando comandava a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais. “O Robson me deu um exemplo interessante de 2010, quando estava na Fiemg”, começou a história contada pelo atual presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI). “Esteve lá o Fernando Henrique. Passou a manhã, conversou, tomou café, não me lembro se almoçou. Cobrou oitenta mil reais pela conversa, pela consultoria. E foi pago”.
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