A paisagem urbana no Cais José Estelita, área central do Recife, vai, enfim, começar a ser transformada. O consórcio que arrematou, em 2008, os galpões da Rede Ferroviária Federal (Refesa), formado pelas construtoras Moura Dubeux, Queiroz Galvão e GL Empreendimentos, já começou a fazer intervenções na área. Um dos galpões que fica próximo ao viaduto Capitão Temudo, no Cabanga, começou a ser destalhado. O plano é que ele e outros dessa ala do cais sejam demolidos a partir do dia 15 de março. O grupo vai construir no local um complexo com empresariais, flats, residenciais e áreas públicas que será lançado oficialmente para o mercado entre junho e setembro deste ano.
Nos últimos dias, técnicos das construtoras têm visitado os galpões para fazer a retirada da cobertura e a limpeza dos terrenos. Como pertenciam à rede ferroviária, muitos entulhos e materiais da ferrovia Transnordestina ainda estavam no local e tiveram que ser removidos. Após essa etapa de organização da área, a previsão é que os primeiros galpões comecem a ser demolidos logo após o carnaval. Os que ficam próximos ao viaduto das Cinco Pontas, no entanto, devem ser mantidos. Segundo o diretor de desenvolvimento imobiliário da Moura Dubeux, Eduardo Moura, eles serão usados pela Prefeitura do Recife (PCR) para fins institucionais e podem abrigar, ainda, um centro cultural.
O projeto com todos os detalhes do que está sendo planejado para a área de quase 100 mil metros quadrados está em análise na PCR, que pode vetar alguns pontos e sugerir modificações. Depois, será submetido à avaliação de outros órgãos, como as secretarias estadual e municipal de Meio Ambiente, a CTTU e o Iphan. A expectativa é que o projeto seja aprovado dentro de 60 a 90 dias. “Os empreendedores querem que essa liberação saia o quanto antes. Mas as demolições não dependem desse resultado. Vamos fazer o que puder ser feito, por enquanto”, adiantou Moura.
Apesar de estar em análise e sujeita a alterações, a ideia é que o terreno seja dividido em cinco grandes áreas. Em cada uma delas vão ser erguidas torres que terão empresariais, residenciais e flats. Tanto a rede hoteleira quanto as pessoas que querem morar nessa nova área urbana do Recife serão contempladas, uma vez que os apartamentos devem ter de 40 a 250 metros quadrados. A viabilidade de bancos e outros serviços está sendo estudada para ser inserida no projeto. “Percebemos que tem muita gente da Zona Norte que quer morar em Boa Viagem, mas que tem receio de mudar de endereço porque trabalha na Ilha do Leite e não quer enfrentar trânsito. Então, o residencial será uma opção”, assinalou.
Via Mangue - A abertura de vias e uma área pública de lazer com 35 mil metros quadrados, jardins e ciclovias também estão previstas no projeto. A promessa é colocar mais verde para contrastar com as águas da Bacia do Pina. “Vamos investir na vegetação e integrar o sistema viário do complexo à Via Mangue”, afirmou o diretor, ressaltando que a facilidade de mobilidade para outras localidades do Recife e para Olinda será um dos pontos mais atraentes do projeto.
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